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“Pouco valor terá a catequese, mesmo substanciosa e segura, se não for transmitida com eficiência de expressão e apoio daqueles subsídios didáticos que hoje se apresentam sempre mais ricos e sugestivos”.
(João Paulo II)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mistagogia

A Diferença entre Querigma e Catequese
Evangelização como um todo é rica e tem três aspectos:
1. Profética: Palavra proclamada. O Anúncio verbal da Boa Nova. Todo anúncio através da Palavra que faz a Igreja, entra na área de evangelização profética. Toda a Palavra proclamada, toda palestra que damos com o objetivo de que conheçam e aceitem Jesus é EVANGELIZAÇÃO PROFÉTICA.
2. Sacerdotal: Palavra celebrada. A forma mais bela que encontramos na evangelização sacerdotal está na Liturgia Eucarística, onde está presente dois tipos de evangelização: profética e sacerdotal
Ela é profética na liturgia da Palavra, é a primeira parte da celebração eucarística. proclama-se a Palavra através do Evangelho, as cartas Paulinas, leituras do A.T.
A segunda parte da Eucaristia, forma a liturgia celebrada, a liturgia da Palavra celebrada, vivida. Celebra-se a Palavra e realiza-se um memorial da Palavra. O memorial mais bonito por excelência que temos na Eucaristia, onde se apresenta e se faz presente Jesus, vivo no Sacramento da Eucaristia.
3. Régia: Palavra vivida. É a Palavra que se faz vida. É a palavra que eu vivo, é instaurar o Reino de Deus. Viver a Palavra de Deus, é instaurar o Reino, onde a Palavra de Deus transforma minha vida, minha sociedade, meu mundo econômico, político, social, financeiro, cultural, educacional etc. Na evangelização a Palavra é vivida, é a instauração do Reino em nós.
1. Evangelização Profética:
- Querigma
- Catequese
Este dois aspectos são interdependentes mas são diferentes. Ambas as formas constituem a evangelização profética. Não podemos ficar somente com a evangelização querigmática, nem dividir e só ficar com a catequese.
Não podemos dividí-las, nem separá-las, uma pressupõe a outra, não podemos dar uma só coisa.
A proclamação querigmática nos leva à catequese como conseqüência, e esta não pode ser dada em antes assentar a base da proclamação querigmática primeiramente.
A proclamação querigmática é o primeiro anúncio de Jesus, é a primeira mensagem; a Boa Nova de Jesus. O querigma é o forte badalo do sino e, o ressoar que vem depois é a catequese.
A catequese é o ensino progressivo da fé. Deverá ser um ensino constante, seguindo uma seqüência progressiva.
Querigma - primeiro anúncio da Boa Nova
Catequese - ensino sistemático da fé.
- Pelo querigma eu levo o evangelizado a nascer para a fé (Nicodemos)
- Pela catequese eu levo o evangelizado a crescer na fé.
2. Conteúdo do Querigma
As oito metas do Querigma:
1° Experiência do amor de Deus:
O Evangelizador deverá ter uma experiência do amor de Deus. Mais do que falar sobre a manifestação do amor de Deus ao povo de Israel ou ao homem através de Jesus, tenho que levá-lo a ter uma experiência do amor de Deus.
Nós, os pregadores corremos um perigo - gostamos muito de falar e esse é um dos defeitos maiores do pregador.
Geralmente o pregador gosta muito de falar do amor de Deus, isto é muito bom porque através da palavra, da palestra, da comunicação, estamos apresentando Jesus vivo que experimentei e experimento, mas se eu, como pregador, não levo você que está me escutando a ter sua própria experiência do amor de Deus, não estarei cumprindo minha meta e não estará completa a proclamação querigmática. Mais que falar do amor de Deus é levar o evangelizado a ter uma experiência, que se sinta amado e que o viva e o experimente.
2° Consciência do pecado perante Deus
É muito importante que o evangelizado reconheça-se pecador. Se a pessoa não se sente enferma, se não sente nenhuma dor, se está muito bem, para que lhe serve um médico?
A pessoa necessita conscientizar-se que está enferma e que precisa de ajuda.
Muito mais importante é levar o evangelizado a sentir a necessidade de Deus do que lhe falar do pecado, que ele se conheça pecador, reconheça-se necessitado.
3° Encontro pessoal com Jesus
Muito mais que falar de Jesus, mais que explicar como foi e em que consistiu a morte de Jesus, mais que comprovar que Jesus ressuscitou, mais do que oferecer provas de que Jesus está vivo, mais do que explicar teologicamente nossa salvação por Jesus e em Jesus, o evangelizador deve levar o evangelizado a ter um encontro pessoal com Jesus.
Assim aconteceu com Tomé. Os Apóstolos falaram que Jesus esteve com eles, que havia ressuscitado, mas Tomé não acreditou. E tudo que eles disseram não convenceu a Tomé de que Jesus esteve com eles, mas quando Tomé encontrou-se com Jesus e pode tocá-Lo, apalpá-Lo, quando ele experimentou, ele se convenceu
4° Ato de fé
Levar o evangelizado a dar um passo de fé, um ato de que crê em Jesus, um ato que o leve a depender, de buscar, de confiar somente em Deus.
Levá-lo a um momento de conversão, a um desejo profundo de mudança, a um desejo de trocar sua vida pela vida de Jesus.
5° Aceitar Jesus
"Eis que eu estou à porta e bato. Se alguém escuta minha voz e me abre eu entrarei e cearei com ele" (Ap 3, 20).
A porta do nosso coração não tem fechadura por fora, o nosso coração abre-se por dentro. Uma das metas então, é levar o evangelizado a proclamar não somente com a boca, mas com o coração.
6° Pedir e receber o Espírito Santo
Pedir uma unção do Espírito Santo no momento em que está evangelizando, lembrar que esse é o momento em que Deus sela com o Espírito Santo, manifestando seu amor, comprovando com a presença do Espírito Santo.
7° Integra-se à comunidade cristã
Se ao evangelizá-lo não o levo à comunidade, todo o meu esforço, todo o meu trabalho foi inútil porque estou anunciando a vida nova e a vida nova tem que conseguir em plenitude; essa plenitude é a comunidade que pode ajudar a permanecer, a seguir amando a Jesus, a seguir deixando seduzir através de sua palavra, dos sacramentos, através de sua Igreja e através dos irmãos.
8° Transformação de vida
É necessário que o evangelizado compreenda que a sua vida deve tomar outro rumo, deve ajustar-se a vida de Jesus. Ele deve ser estimulado, motivado a empreender um caminho de retorno.
O conteúdo dos Apóstolos após receberem o Espírito Santo está em:
Atos 2, 14-36; Atos 3; Atos 10; Atos 13.
No querigma nós pregamos a pessoa de Jesus:
- Concreta
- Pessoal
- Que nós conhecemos
3. O efeito do querigma no evangelizado:
-Lc 24, 13 - Os discípulos de Emaús caminharam muito tempo sem compreender as conseqüências do sacrifício de Jesus para suas vidas. Porém, quando Jesus se apresentou a eles, vivo, ressuscitado, seus corações arderam de felicidade, e eles desejaram estar com Jesus para sempre. E toda a sua vida e acontecimentos foram iluminados pela Ressurreição. Tudo tomou nova luz. E eles então não se contiveram tornaram-se anunciadores de Jesus.
a. Abrem-se os olhos
b. Arde-se o coração
c. Corre-se para anunciar aos outros

Mistagogia Cristã

 
a) Mistagogia cristã é:uma educação da fé que predisponha os fiéis cristãos a viverem pessoalmente o que se celebra.
b) uma evangelização que leve os fiéis cristãos a penetrarem cada vez mais nos mistérios que são celebrados.
Definições:
Mistagogia = iniciação nos mistérios de uma religião.
Mistagogia cristã = iniciação cristã = introdução no mistério de Cristo.
Evangelização mistagógica = ato ou efeito de evangelizar o discípulo cristão.
 
Mistagogia cristã


Fruto maduro da mistagogia = é a consciência de que a própria vida vai sendo progressivamente transformada pelos sagrados mistérios celebrados.

Cristo é o centro da evangelização mistagógica.

Evangelizar = é sangue de Cristo que corre em nossas veias (Cf. Mt 28, 16-20).
Mt 28, 16-20 – Jesus é o Senhor da história – Os onze discípulos foram para a Galiléia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus, ajoelharam-se diante dele. Ainda assim, alguns duvidaram. então Jesus se aproximou e falou: "Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra. Portanto vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os e consagrando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinado-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo".

Na evangelização mistagógica é Cristo verbo encarnado e Filho de Deus que é ensinado – todo o resto está em relação com ele; e somente Cristo ensina: todo outro que ensine fá-lo na medida em que é seu porta voz. Permitindo Cristo ensinar por sua boca:
Minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” (cf. Jo 7,16).

A evangelização litúrgica tem em vista introduzir nos Mistério de Cristo – ela é mistagogia procedendo do visível para o invisível, do significante para o significado, dos “sacramentos” para “os mistérios”.


Para a reflexão abaixo "BebiNaFonte" conforme
Sacramentum Caritatis nº 64 de Bento XVI


A grande tradição litúrgica da Igreja ensina-nos que é necessário, para uma frutuosa participação:
`        esforçar-se por corresponder pessoalmente ao mistério que é celebrado,
`        através do oferecimento a Deus da própria vida em união com o sacrifício de Cristo
`        pela salvação do mundo inteiro.

Vista a importância essencial desta participação pessoal e consciente, quais poderiam ser os instrumentos de formação mais adequados?
`        É preciso promover uma educação da fé que predisponha os fiéis discípulos cristãos a viverem pessoalmente o que se celebra.
`        Para isso, a estrada duma catequese de caráter mistagógico, que leve os fiéis discípulos cristãos a penetrarem cada vez mais nos mistérios que são celebrados.

Na tradição mais antiga da Igreja, o caminho formativo do cristão — embora sem descurar a inteligência sistemática dos conteúdos da fé — assumia sempre um caráter de experiência, em que era determinante o encontro vivo e persuasivo com Cristo anunciado por autênticas testemunhas.

Quem introduz nos mistérios é primariamente a testemunha; depois, este encontro aprofunda-se, sem dúvida, na "iniciação cristã de carater mistagogico" e encontra a sua fonte e ápice na celebração da Eucaristia.
`        Desta estrutura fundamental da experiência cristã parte a exigência de um itinerário mistagógico, no qual se hão-de ter sempre presente três elementos:

a) Trata-se, primeiramente, da interpretação dos ritos à luz dos acontecimentos salvíficos, em conformidade com a tradição viva da Igreja; de fato, a celebração da Eucaristia, na sua riqueza infinita, possui contínuas referências à história da salvação.
`        Em Cristo crucificado e ressuscitado, podemos celebrar verdadeiramente o centro recapitulador de toda a realidade (Ef 1,10); desde o seu início, a comunidade cristã leu os acontecimentos da vida de Jesus, e particularmente o mistério pascal, em relação com todo o percurso do Antigo Testamento.

b) A evangelização mistagógica há-de preocupar-se por introduzir no sentido dos sinais contidos nos ritos; esta tarefa é particularmente urgente numa época acentuadamente tecnológica como a atual, que corre o risco de perder a capacidade de perceber os sinais e os símbolos.
`        Mais do que informar, a evangelização mistagógica deverá despertar e educar a sensibilidade dos fiéis para a linguagem dos sinais e dos gestos que, unidos à palavra, constituem o rito.

c) A evangelização mistagógica deve preocupar-se por mostrar o significado dos ritos para a vida cristã em todas as suas dimensões:
`        trabalho e compromisso, 
`        pensamentos e afetos, 
`        atividade e repouso.

Faz parte do itinerário mistagógico pôr em evidência a ligação dos mistérios celebrados no rito com a responsabilidade missionária dos fiéis discípulos cristãos;
`        neste sentido, o fruto maduro da mistagogia é a consciência de que a própria vida vai sendo progressivamente transformada pelos sagrados mistérios celebrados. 
`        Aliás, a finalidade de toda a educação cristã é formar o fiel discípulo cristão enquanto « homem novo » para uma fé adulta, que o torne capaz de testemunhar no próprio ambiente a esperança cristã que o anima.

Condição necessária para se realizar, no âmbito da comunidade cristã, esta tarefa educativa é dispor de formadores adequadamente preparados;
`        mas todo o povo de Deus deve, sem dúvida, sentir-se comprometido nesta formação. 
`        Cada comunidade cristã é chamada a ser lugar de introdução pedagógica aos mistérios que se celebram na fé; 
`        O Espírito Santo não poupa a efusão dos seus dons para sustentar a missão apostólica da Igreja, a quem compete difundir a fé e educá-la até à sua maturidade.

(cf. Sacramentum caritatis, 64).
  

Mistagogicamente




Mistagogia Batismal O Batismo é a primeira iniciação de todo o Cristão. Consagração Batismal 
Mistagogia da Palavra O Filho eterno é a Palavra que desde sempre existe em Deus, porque ela mesma é Deus. A Palavra de Deus é viva. 
Evangelização mistagógica A evangelização mistagógica de "Jesus Cristo Paixão" reflete sobre o indispensável – porém na medida mínima – que todo discípulo cristão carece saber sobre os principais mistérios da nossa fé: encarnação – vida - paixão redentora - gloriosa ressurreição de Cristo. Sobre a memória de Cristo, como Cristo ressaltou. Fazei isto em memória de mim.  Jesus Cristo Paixão = JesuXpiPassio 
Mistagogia Eucarística A Eucaristia é a segunda grande inciação do discípulo cristão católico. Eucaristia fonte e ápice da vida e da missão da comunidade Igreja. 
Evangelização mistagogica A Igreja de Jesus Cristo é um projeto nascido do coração do Pai. O que é a Igreja?

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