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“Pouco valor terá a catequese, mesmo substanciosa e segura, se não for transmitida com eficiência de expressão e apoio daqueles subsídios didáticos que hoje se apresentam sempre mais ricos e sugestivos”.
(João Paulo II)

domingo, 5 de fevereiro de 2012

INICIAÇÃO CRISTÃ

MÓDULO III - Introdução ao RICA

TEXTO 2 

Introdução ao Rito da iniciação Cristã de Adultos

 
(Resumo dos nn. 1 a 40 da Introdução ao RICA - Ritual da Iniciação Cristã de Adultos)

1.       Este Rito de iniciação cristã é destinado a adultos que, iluminados pelo Espírito Santo, ouviram o anúncio do mistério de Cristo e, conscientes e livres, procuram o Deus vivo e encetam o caminho da fé e da conversão.  Por meio dele, serão fortalecidos espiritualmente e preparados para uma frutuosa recepção dos sacramentos no templo oportuno.


2.   O Rito inclui, além da celebração dos sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia, todos os ritos do catecumenato.  (...) é aplicado hoje nas missões em todas as regiões e de tal modo solicitado, que o Concílio Vaticano II decretou fosse restaurado e revisto, assim como adaptado às tradições locais.

3.       (...) O Rito de iniciação apresenta em primeiro lugar uma forma completa ou comum, própria para a preparação de muitos (cf.nn.68-239), que os pastores adaptarão quando se tratar de uma só pessoa.  Para os casos especiais, apresenta-se, em seguida, uma forma simples, que se pode realizar de uma só vez (cf.nn.240-273) ou em várias celebrações (cf.nn.274-277), e outra breve, para os que se encontram em perigo de morte (cf.nn.278-294).

I – ESTRUTURA DA INICIAÇÃO DOS ADULTOS
4.   A iniciação dos catecúmenos processa-se gradativamente no seio da comunidade dos fiéis que, refletindo com os catecúmenos sobre a excelência do mistério pascal e renovando sua própria conversão, os induzem pelo seu exemplo a obedecer com maior generosidade aos apelos do Espírito Santo.

5.   O Rito de iniciação se adapta ao itinerário espiritual dos adultos que varia segundo a multiforme graça de Deus, a livre cooperação dos mesmos, a ação da Igreja e as circunstâncias de tempo e lugar.

6.   Nesse itinerário, (...) há “etapas” ou passos, pelos quais o catecúmeno, ao caminhar, como que atravessa uma porta ou sobe um degrau.
a)      Verifica-se a primeira etapa quando, aproximando-se de uma conversão inicial, quer tornar-se cristão e é recebido como catecúmeno pela Igreja.
b)      A segunda, quando, já introduzido na fé e estando a terminar o catecumenato, é admitido a uma preparação mais intensiva para os sacramentos.
c)       A terceira quando, concluída a preparação espiritual, recebe os sacramentos de iniciação cristã.
*    Essas etapas devem ser considerados momentos fortes ou mais densos da iniciação.  Essas etapas são marcadas por três ritos Pitúrgicos: pelo rito de instituição dos catecúmenos: pela eleição: pela celebração dos sacramentos.

7.   As etapas conduzem aos “tempos” de informação e amadurecimento ou são por eles preparadas;
a)      O primeiro tempo – é consagrado à evangelização e ao “pré-catecumenato”, encerrando-se com o ingresso na ordem dos catecúmenos.
b)      O segundo tempo – é dedicado à catequese e aos ritos anexos, terminando no dia da eleição.
c)       O terceiro tempo – é assinalado pela purificação e pela iluminação.  Coincide com a preparação quaresmal para as solenidades pascais e os sacramentos.
d)      O último tempo, que dura todo o período pascal, é consagrado à “mistagogia”, isto é, à aquisição de experiências e de resultados positivos, assim como ao aprofundamento das relações com a comunidade dos fiéis.

São, portanto, quatro os tempos sucessivos: o de “pré-catecumenato” caracterizado pela primeira evangelização; o do “catecumenato”, destinado à catequese completa;  o da “purificação e iluminação”, destinado a mais intensa preparação espiritual;  e o da “mistagogia”, assinalado pela nova experiência dos sacramentos e da comunidade.

8.   Como a iniciação cristã é a primeira participação sacramental na morte e ressurreição de Cristo, e o tempo da purificação e iluminação ocorre habitualmente na Quaresma e a “mistagogia”, no tempo pascal, toda a iniciação deve ter caráter pascal.  Por esse motivo, tenha a Quaresma absoluta primazia para a mais intensa preparação dos eleitos e seja a Vigília Pascal considerada como o tempo próprio para a iniciação nos sacramentos.
A – A EVANGELIZAÇÃO E O “PRÉ-CATECUMENATO”
9.   (...) o “pré-catecumenato” é o tempo da evangelização em que, com firmeza e confiança, se anuncia o Deus vivo e Jesus Cristo, enviado por ele para a salvação de todos, a fim de que os não-cristãos, cujo coração é aberto pelo /espírito Santo, creiam e se convertam livremente ao Senhor, (...)

10.  Da evangelização realizada com o auxílio de Deus brotam a fé e a conversão inicial, (...)  A essa evangelização é dedicado todo o tempo do pré-catecumenato, para que se amadureça a vontade sincera de seguir o Cristo e pedir o Batismo.

11.  Faça-se, pois, durante este tempo, por meio dos catequistas, diáconos e sacerdotes ou mesmo leigos, uma conveniente explanação do Evangelho aos candidatos. (...)  Cooperando com a graça divina, se integrem mais facilmente nas famílias e grupos cristãos.

12.  Cabe às Conferências dos Bispos, (...), estabelecer, se for o caso e de acordo com as circunstâncias, o primeiro modo de receber os “simpatizantes”, (...)
1)      Neste acolhimento, (...) o “simpatizante” não manifesta ainda sua fé, mas somente sua reta intenção.
2)      Realiza-se esse acolhimento segundo as condições e conveniências locais. (...)
3)      Far-se-á o acolhimento em alguma reunião ou encontro local, (...)  Apresentado por um amigo, o “simpatizante” é saudado e recebido, com palavras espontâneas, pelo sacerdote ou algum membro designado pela comunidade.

13.  Durante o tempo do “pré-catecumenato”, os pastores devem promover orações especiais pelos “simpatizantes”.

B – O CATECUMENATO
     
14.  É de suma importância o rito de “instituição dos catecúmenos”, porque os candidatos reunidos publicamente pela primeira vez, manifestam suas intenções à Igreja enquanto esta, no exercício de seu múnus apostólico, acolhe os que pretendem tornar-se seus membros.

15.  Para esse primeiro passo, requer-se que os candidatos já possuam os rudimentos da vida espiritual e os fundamentos da doutrina cristã, a saber: a fé inicial adquirida no tempo do “pré-catecumenato”, (...)  já tenham, portanto, certa idéia da conversão, o costume de rezar e invocar a Deus, e alguma experiência da comunidade e do espírito dos cristãos.

16.  Cabe aos pastores, auxiliados pelos introdutores (cl.n.42), catequistas e diáconos, julgar dos sinais externos dessas disposições. (...)  considerando o valor dos sacramentos já recebidos validamente (cf. Introdução Geral, n.4), tomar precauções para impedir que uma pessoa já batizada queira receber de novo o Batismo.

17.  Depois da celebração do Rito, sejam oportunamente anotados em livro próprio os nomes dos catecúmenos, com a indicação do ministro, dos introdutores e dia e lugar da admissão.

18.  Desde então os catecúmenos, cercados pelo amor e a proteção da Mãe Igreja como pertencendo aos seus e unidos a ela, já fazem parte da família de Cristo:  são alimentados pela Igreja com a Palavra de Deus e incentivados por atos litúrgicos.  (...)  Quando se casam, se o noivo e a noiva forem catecúmenos, ou apenas um deles e a outra parte não foi batizada, será usado o rito próprio (cf. Introdução Geral, n.10,2).  Se falecerem durante o catecumenato, realizam-se exéquias cristãs.

19.  O catecumenato é um espaço de tempo em que os candidatos recebem formação exercitam-se praticamente na vida cristã.(...)
      Chega-se a esse resultado por quatro meios:
1)      A catequese, ministrada pelos sacerdotes, diáconos ou catequistas e outros leigos, (...) relacionada com o ano litúrgico e apoiada nas celebrações da Palavra, leva os catecúmenos não só ao conhecimento dos dogmas e preceitos como à íntima percepção do mistério da salvação de que desejam participar.
2)      Familiarizados com a prática da vida cristã, ajudados pelo exemplo e pelas contribuições dos introdutores e dos padrinhos e mesmo de toda a comunidade dos fiéis, acostumam-se a orar mais facilmente, dar testemunho da fé, guardar em tudo a esperança de Cristo, seguir na vida as inspirações de Deus e praticar a caridade para com o próximo, até a renúncia de si mesmos.  Assim formados, (...) passam do velho homem para o novo, que tem sua perfeição em Cristo.(...)
3)      Ajudados em sua caminhada pela Mãe Igreja, através dos Ritos Litúrgicos apropriados, (...)  Promovem-se para eles celebrações da Palavra e lhes é proporcionado o acesso à liturgia Palavra junto com os fiéis. (...)  Habitualmente, porém, quando comparecerem à reunião dos fiéis, devem ser delicadamente despedidos antes do início da Celebração Eucarística, (...)  pois precisam esperar o batismo.(...)
4)      Sendo apostólica a vida da Igreja, aprendam também os catecúmenos, pelo testemunho da vida e pela profissão da fé, a cooperar ativamente para a evangelização e edificação da Igreja.

20.  Compete ao Bispo determinar o tempo e a disciplina do catecumenato.(...)  A duração do tempo do catecumenato não só depende da graça de Deus como das diversas circunstâncias.
C – O TEMPO DA PURIFICAÇÃO E ILUMINAÇÃO
21.  O tempo da purificação e iluminação dos catecúmenos é normalmente a QUARESMA.(...)  a QUARESMA renova a comunidade dos fiéis juntamente com os catecúmenos e os dispõe para a celebração do mistério pascal, ao qual os sacramentos de iniciação associam cada um.

22.  A segunda etapa da iniciação dá início ao tempo da purificação e iluminação, consagrado a preparar mais intensamente o espírito e o coração.  Nessa etapa, a Igreja procede à “eleição” ou seleção.(...)  Denomina-se “eleição” porque a Igreja admite o catecúmeno baseada na eleição de Deus, em cujo nome ela age.  Chama-se, também “inscrição dos nomes” porque os candidatos, em penhor de sua fidelidade, inscrevem seus nomes no registro dos eleitos.

23.  Antes de celebrar a “eleição”, requerer da parte dos catecúmenos conversão de mentalidade e costumes, suficiente conhecimento da doutrina cristã, senso da fé e da caridade.
(...) Vê-se assim que a eleição, feita com tanta solenidade, é o ponto capital de todo o catecumenato.

24.  A partir do dia de sua “eleição” e admissão, os candidatos são chamados “eleitos”.(...)  Chamam-se ainda “iluminados” porque o batismo é denominado “iluminação” e através dele os neófitos são inundados pela luz da fé.(...)

25.  Nesse tempo, a intensa preparação espiritual, mais relacionada à vida interior que à catequese, procura purificar os corações e espíritos pelo exame de consciência e pela penitência, e ilumina-los por um conhecimento mais profundo de Cristo, nosso Salvador.  Serve-se para isso de vários ritos, sobretudo dos escrutínios e das entregas.
1)      Os ESCRUTÍNIOS, solenemente celebrados aos domingos,(...) os ESCRUTÍNIOS estão portanto, orientados para libertar do pecado e do demônio e confirmam no Cristo, que é  o CAMINHO, a VERDADE e a vida dos eleitos.
2)      As ENTREGAS, pelas quais a Igreja confia aos eleitos os antiqüíssimos documentos da fé e da oração, isto é, o Símbolo e a Oração do Senhor, visam à sua iluminação.(...)
No Símbolo, (...) o olhar dos catecúmenos se enche de fé e alegria.  Na Oração do Senhor, percebem melhor o novo espírito de filhos pelo qual, sobretudo na reunião eucarística, darão a Deus o nome de Pai.

26.  Em vista da preparação imediata para os sacramentos:
      1 – Exortem-se os eleitos a deixar no Sábado Santo, seus trabalhos habituais, reservar tempo para a oração e recolhimento e jejuar na medida de suas forças.
      2 – No mesmo dia, se houver alguma reunião dos eleitos, podem ser realizados certos ritos de preparação imediata, como: a recitação do Símbolo, o “Éfeta”, a escolha do nome cristão e, se for o caso, a unção com o óleo dos catecúmenos.
D – A INICIAÇÃO NOS SACRAMENTOS
27.  Os sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia constituem a última etapa.  Os eleitos, tendo recebido o perdão dos pecados, são incorporados ao povo de Deus, tornam-se seus filhos adotivos, são introduzidos pelo Espírito Santo na prometida plenitude dos tempos e ainda, pelo sacrifício e refeição eucarística, antegozam do Reino de Deus.

a)      Celebração do Batismo de Adultos

28.  A celebração do Batismo,(...) é preparada pela bênção da água e profissão de fé, intimamente ligada ao rito da água.

29.  (...), por essa bênção, na qual se lembra o mistério pascal e a escolha da água para operá-lo sacramentalmente, e a Santíssima Trindade já é invocada pela primeira vez, a criatura água recebe um sentido religioso, e o mistério de Deus, já iniciado, é publicamente proclamado.

30.  Pelos ritos da renúncia e da profissão de fé, esse mistério pascal,(...) é proclamado pela fé ativa dos batizados.(...)  A fé, cujo sacramento recebem, não é apenas própria da Igreja, mas também deles, em quem se espera que ela seja operante.(...)

31.  Depois de terem professado com viva fé o mistério pascal de Cristo, os batizandos aproximam-se e recebem esse mistério expresso pela ablução da água:  tendo confessado a Santíssima Trindade, é a própria Trindade, invocada pelo celebrante, que opera, incluindo seus eleitos entre os filhos da adoção e agregando-os a seu povo.

32.  Por esse motivo a ablução, significando a mística participação na morte e ressurreição de Cristo, pela qual os que crêem em seu nome morrem para o pecado e ressurgem para a vida eterna, deve conservar toda a sua importância na celebração do Batismo.(...  Se compreenda melhor que essa ablução não é um simples rito de purificação, mas o sacramento da união com Cristo.

33.  A unção da crisma depois do Batismo significa o sacerdócio  real dos batizados e sua integração no povo de Deus.
-          A veste branca é o símbolo de sua dignidade.
-          A vela acesa mostra sua vocação de viver como convém aos filhos da luz.

b) Celebração da Confirmação de Adultos

34.  Conforme antiqüíssimo uso da Liturgia Romana, o adulto não é batizado sem receber a Confirmação imediatamente depois do Batismo,(...)  esta conexão exprime a unidade do mistério pascal, a relação entre a missão do Filho e a efusão do Espírito Santo e o anexo entre os sacramentos, pelos quais ambas as Pessoas Divinas vêm com o Pai àquele que foi batizado.

35.  Depois dos ritos complementares, omite-se a unção depois do Batismo (n.224) e confere-se a CONFIRMAÇÃO.
     
c) A primeira participação eucarística dos neófitos.

36.  Celebra-se por fim a Eucaristia.  Nesse dia os neófitos, de pleno direito, dela participam pela primeira vez, consumando a sua iniciação.(...)  Com toda a comunidade tornam-se participantes da ação sacrifical e recitam a Oração do Senhor, manifestando o espírito de adoção de Filhos recebido no Batismo.  Comungando do Corpo que nos foi dado e do Sangue derramado por nós, confirmam os dons recebidos e antegozam dos eternos.

E – O TEMPO DA “MISTAGOGIA”

37.  Terminada esta última etapa, a comunidade unida aos neófitos, quer pela meditação do Evangelho e pela participação da Eucaristia, quer pela prática da caridade, vai progredindo no conhecimento mais profundo do mistério pascal e na vivência cada vez maior,(...), Istoé, o tempo da “mistagogia” dos neófitos.

38.  (...)  Os neófitos foram renovados espiritualmente, saborearam mais intimamente a boa palavra de Deus, entraram em comunhão com o Espírito Santo e experimentaram quão suave é o Senhor.

39.  A recente participação nos sacramentos, (...)  reflete na experiência comunitária, tornando mais fácil e proveitoso para os neófitos o relacionamento com os outros fiéis.(...)

40.  Como a índole e a eficácia próprias desse tempo provem dessa experiência nova e pessoal dos sacramentos e da comunidade, o lugar primordial da “mistagogia” são chamadas “missas pelos neófitos” ou as missas dos domingos de Páscoa.(...)  Toda a comunidade local, com os neófitos e seus padrinhos, deve pois, ser convidada para essas missas. (Com leituras apropriadas, sobretudo no ano “A” do Lecionário).

MÓDULO III - Ritual de Iniciação Cristã de Adultos - RICA

Texto 01
Ritual da iniciação cristã de Adultos -RICA

Pe. Luiz Alves de Lima

O Rito da iniciação cristã de Adultos (RICA), foi publicado em 1971, a pedido do Vaticano II, é um livro litúrgico e seu objetivo é dar orientações para restabelecer o catecumenato batismal.

A primeira edição em português pelas Paulinas, é de 1973. Em 2001 foi preparada pela CNBB, e publicada pela Paulus, uma nova edição do mesmo texto com disposição e diagramação mais lógica e clara, com o título Ritual da iniciação cristã de Adultos.
 
Descreve justamente os ritos do catecumenato, mas não os conteúdos catequéticos propriamente ditos. O importante é perceber como no catecumenato a formação acontece inseparavelmente unida à prática da vida cristã (cf. Introdução 19). A formação consiste na instrução doutrinal unida intimamente com a experiência litúrgica onde o mistério de Jesus Cristo se faz mais presente.

O RICA lembra que não basta as pessoas conhecerem os dogmas e preceitos: é preciso vivenciar o mistério da salvação do qual desejam participar plenamente, o que é facilitado pela vinculação dos conteúdos com o ano litúrgico e com uma maior valorização das celebrações da palavra. Parece até que o RICA dá mais importância a tais celebrações do que aos encontros catequéticos propriamente ditos. Conforme o n.º 106, as celebrações ajudam a assimilar os conteúdos da catequese, ensinam prazerosamente as formas e os caminhos da oração, aproximam dos símbolos, ações e tempos do mistério litúrgico e introduzem, gradativamente, no culto de toda a comunidade. Ou seja: no processo catecumenal, a catequese (entendida como o momento da instrução) está intimamente articulada com a liturgia.

Outro elemento importante no catecumenato é o “itinerário espiritual” realizado por etapas e através do acompanhamento pessoal de alguns membros da comunidade, sobretudo os “introdutores”. São estes (sobretudo os catequistas) que acompanham os catecúmenos, que dão testemunho perante a comunidade sobre o amadurecimento e crescimento do catecúmeno. Este acompanhamento deve ser feito na vida concreta das pessoas e também através dos ritos catecumenais e celebrações da palavra, pois através deles Deus age gradativamente, purificando e protegendo os catecúmenos. Assim, os catequistas não são apenas instrutores (ministério da palavra, ensino, magistério), mas também são ministros da oração e da celebração da palavra de Deus (mais que pedagogos são mistagogos!). Portanto, a figura do catequista de iniciação hoje muda muito com relação ao tipo tradicional do “catequista professor” que apenas ensina. Ele deve ser um entendido também em ritos e celebrações: deve ser um liturgo e saber usar o RICA!

Conforme o Pe. Domingos Ormonde, especialista em catecumenato, em seu artigo “Vale a pena os catequistas conhecerem o catecumenato”, no qual também me inspirei:
 “encontramos no RICA quase tudo que diz respeito ao catecumenato, a saber: a teologia da iniciação cristã, o processo do catecumenato composto por diferentes tempos de informação e amadurecimento, de preferência culminando no ciclo pascal do ano; o sentido de cada tempo com seus objetivos, meios, duração, ritos e símbolos; as celebrações que marcam a passagem de um tempo para outro (chamadas “etapas”) e suas exigências; o roteiro e os conteúdos dos ritos principais; e finalmente a própria celebração unitária dos sacramentos de iniciação, preferencialmente na noite pascal” (cf. Ib., in Segunda Semana Brasileira de Catequese - Estudos da CNBB 84, Paulus 2002, pp.250-251).

As partes mais importantes do RICA para a catequese, são as seguintes:
-    Duas introduções (“A iniciação cristã: observações preliminares gerais”, pp. 9-16; “Introdução ao rito da iniciação cristã de adultos”, pp. 17-34), 
-    O capítulo primeiro (“Ritos do catecumenato em torno de suas etapas”, pp. 95-104),
-    O capítulo 4 (“preparação para a confirmação e a eucaristia de adultos que, batizados na infância, não receberam a devida catequese”, pp. 131-132). Há um apêndice com o “rito de admissão na plena comunhão da Igreja Católica das pessoas já batizadas validamente” (pp. 283-285). 
-    Por fim se deve fazer referência ao capítulo 5 com o curioso título: “Rito de iniciação de crianças em idade de catequese” (pp. 133-174).

Por ser um livro litúrgico, não encontramos no RICA as orientações detalhadas sobre os conteúdos da catequese de cada tempo do catecumenato, nem detalhes pastorais para sua implantação e implementação (para isso, cf CNBB, Com Adultos Catequese Adulta nº 106; cf também pg 8, nº 102 acima ).

Bibliografia recomendada:

ALVES DE LIMA Luiz, Memória do catecumenato na História in CNBB, Segunda Semana Brasileira de Catequese, pp. 229-244; ID., Catequese com Adultos e Iniciação Cristão in Ibid. pp. 318-354 (com bibliografia);
 
LELO Antonio Francisco, A iniciação cristã: catecumenato, dinâmica sacramental e testemunho. São Paulo: Paulinas 2005, 237 pp. ID. A iniciação cristã no Brasil in Revista de Catequese 27(2004) nº 107, julho-setembro, pp. 5-18; ID., A aplicação do RICA no Brasil in Revista de Catequese 27(2004) nº 108, out.-dezembro, pp. 5-20.
 
OLIVEIRA, Ralfy Mendes de, O catecumenato batismal: reflexão à luz do novo Rito da Iniciação Cristã dos Adultos in Revista de Catequese 1 (1978) no. 3, pp 29-49;
 
ORMONDE, Domingos, Vale a pena os catequistas conhecerem o catecumenato in CNBB, Segunda Semana Brasileira de Catequese - Estudos da CNBB 84, Paulus 2002, pp.250-251;

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