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“Pouco valor terá a catequese, mesmo substanciosa e segura, se não for transmitida com eficiência de expressão e apoio daqueles subsídios didáticos que hoje se apresentam sempre mais ricos e sugestivos”.
(João Paulo II)

quinta-feira, 14 de março de 2013

A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA

     


 O papa mora no Vaticano, que é um pequeno país dentro da Itália, de 0,44 km², e possui embaixadores, chamados de Núncios Apostólicos nos países que têm entendimento com ele.

    O Vaticano tem dívida externa, como os outros países, e muitos gastos. Sua riqueza principal está nas obras de arte, que não podem ser vendidas, de modo que não está certo falar que a Igreja é tão rica quanto se diz.

    O papa dispõe de uma quantia em dinheiro para ajudar as catástrofes no mundo (furacões, terremotos, enchentes), que lhe é enviada pelos católicos do mundo inteiro no dia de São Pedro (29 de julho), numa oferta chamada “Óbulo de São Pedro”.
   
    Os bispos são sucessores dos Apóstolos nas dioceses, e receberam o terceiro grau do sacramento da Ordem. Os presbíteros, também conhecidos como padres, são auxiliares dos bispos e receberam o segundo grau.
 
    Os párocos são os padres que cuidam das paróquias, formadas pelas comunidades, que por sua vez, são formadas pelas famílias.
    Padre diocesano ou secular é o padre que pode continuar a viver na família, se quiser, e não faz os votos, a não ser o do celibato (=não se casar).

   Os religiosos são homens e mulheres que fazem votos de castidade, pobreza e obediência e vivem em pequenas comunidades. Não podem viver em suas famílias. Há religiosos que são padres, e outros que não são.

    Cardeal é um título de honra que se dá a alguns arcebispos e bispos, a critério do papa, e podem votar no novo papa,quando o atual morre. Monsenhor também é um título de honra, geralmente dado ao pároco da catedral.

    Os diáconos recebem o primeiro grau no sacramento da Ordem e ajudam os sacerdotes, mas são ligados diretamente aos bispos. Podem ser casados (nesse caso não podem ser ordenados sacerdotes) ou solteiros (nesse caso, se quiserem podem ser padres).

    Várias dioceses formam uma Província Eclesiástica, em que a diocese principal é chamada de Arquidiocese, e o seu bispo, de Arcebispo. As Províncias Eclesiásticas são coordenadas, aqui no Brasil, pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)

    Cristãos Leigos são os demais cristãos que não receberam as Ordens Sacras nem fizeram os votos religiosos.

 
    Foi fundada por Jesus Cristo, com os apóstolos e os primeiros discípulos. Ele deixou como seu representante aqui na terra o Apóstolo São Pedro, nosso primeiro papa. No dia de Pentecostes a Igreja foi santificada pelo Espírito Santo e se manifestou publicamente, dando início à difusão do Evangelho e do Batismo para que todos se tornem discípulos de Cristo. Essa difusão do evangelho pode ser lida em Atos capítulos 1 e 2.

    Há três trechos principais que nos dão essa certeza: Mateus 16,18-19: “Tu és Cefas (Rocha, traduzido em português como Pedro, de Pedra), e sobre essa rocha (Pedro, ou na língua deles kefas, rocha), edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus. Tudo o que ligares na terra será ligado nos céus e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.”
                                                             JESUS CRISTO

Jesus Cristo é a segunda pessoa da Santíssima Trindade, cem porcento Deus e cem porcento homem, Nasceu de Maria sempre Virgem. Viveu trinta anos de sua vida em Nazaré, lugarejo pequeno, tão pequeno que fora da bíblia não é conhecido. Viveu trabalhando na carpintaria. Isso indica que “o mais importante, o decisivo mesmo de uma vida humana é saber viver esta vida de cada dia, vida aparentemente sem valor, sem nada de extraordinário, a vida comum da grande maioria da humanidade” (Frei Carlos Mesters, “Com Jesus na Contramão”, pág. 14). Foi lá que Jesus aprendeu o que nos ensinou.        Jesus padeceu e morreu condenado por Pôncio Pilatos, foi sepultado mas ressuscitou ao terceiro dia, subiu ao céu e retomou plenamente a majestade divina, ao lado direito do Pai Todo-poderoso. No céu Jesus é tão todo-poderoso quanto o Pai. Jesus e Deus, mas não usou em rpoveito próprio a sua divindade: só em benefício dos outros.
      

Jesus nasceu em Belém da Judéia (Sul). Foi criado no interior, como o povo da roça, em Nazaré da Galiléia, ao Norte. Sua língua era o aramaico (sotaque galileu). Não pertencia ao clero do templo, não era doutor da lei,nem fariseu, nem essênio. Era leigo, pobre, não estudou como S. Paulo Apóstolo (Atos 22,3).Trabalhava como agricultor e carpinteiro (Mc 6,3; Mt 13,55). A escola de Jesus foi, principalmente, a vida em família e na comunidade. Todos rezavam muito naquele tempo, de manhã, à tarde e à noite, com três leituras básicas entremeadas de salmos, bênçãos, benditos (confira em Deuteronômio 6,4-9; 11, 13-21; Números 15,37-41).

      Ao obedecer ao Pai plenamente, Jesus, que tinha a vontade divina e a vontade humana plenamene unidas, nos abriu o caminho do céu, fechado desde o pecado de Adão e Eva. É o que nos diz 1Cor 15,21, quando Paulo fala que por um só homem (Adão) veio o mal ao mundo, por um só homem (Jesus) veio o bem, a salvação ao mundo. O motivo principal é a obediência: ao contrário de Adão e Eva, Jesus obedeceu totalmente ao Pai. Essa obediência foi total, até a morte, e morte de cruz! (Filipenses 2,6ss). Ou seja: mesmo podendo evitar o seu sofrimento e sua morte, Jesus escolheu sofrer tudo como um ser humano, obediente ao    Pai como todos deveríamos ser.

       Se obedecermos a Deus, Ele nos orientarã, nos dará tudo o que for preciso para sermos felizes e, caso nos permita algum sofrimento, nos dará a força necessária para vencê-lo ou suportá-lo até que fiquemos livres.

     Temos muito desejo de felicidade, mas às vezes nos esquecemos de que a felicidade verdadeira só a conseguiremos no céu, na vida eterna, onde “Nenhuma impureza, nenhuma abominação entrará” (Apocalipse 21,27).

    Gosto muito de fazer uma comparação para entendermos a eternidade: Se uma só destas letras deste blog for os 90 anos que uma pessoa vai viver aqui na terra, todas as demais, do blog todo, de todos os bilhões de blogs e sites que existe, serão, cada uma dessas letras todas, 90 anos que a gente vai viver lá no céu. Multiplique 90 pelos quinquilhões de letras que estão na internet, e assim mesmo não vai dar nem mesmo um porcento da eternidade que vamos viver no céu.

    Para obtermos isso, Jesus pede que lhe sejamos fiéis nestes 90 anos, nesta “letrinha” que temos que viver agora. Vale a pena, portanto, aceitarmos os sofrimentos, problemas, empenho e lutas para sermos santos, para agradarmos a Deus, seguirmos os seus ensinamentos, pois isso vai se reverter em benefício para nós mesmos! A recompensa compensa!

    É muito melhor sofrer agora para sermos santos e irmos para o céu , do que sermos felizes nestes anos terrestres, numa felicidade tão passageira e tão cheia de altos e baixos, se não seguirmos a palavra de Deus. Podemos, sim, ser felizes agora, mas sem o pecado, sem as quedas para o mal. O problema é que nem toda a felicidade que escolhemos é a que agrada a Deus e nos faz bem: o pecado, o vício, a ganância, não nos dá paz e nos levam para o sofrimento eterno.

     É por isso que Deus nos permite o sofrimento agora, mesmo quando fazemos o bem. Diz Sabedoria 12,2: “É por isso que corriges com carinho os que caem e os repreendes, lembrando-lhes ses pecados, para que se afastem do mal e creiam em ti, Senhor”. Hebreus, 12,5-13, principalmente v. 10: “Deus nos purifica com os sofrimentos para poder nos infundir sua santidade”.

     Jesus nos ensinou muitas coisas para podermos viver santamente e irmos para o paraíso. O único mandamento que ele nos deixou foi o de amar ao próximo como Ele nos ama.

    Deixar-se amar, seja por Ele como pelos demais, é muito difícil, é muito doloroso para nós, porque não temos o “controle” das atitudes de Deus ou dos outros para conosco: Devemos estar livres a qualquer momento para ouvirmos a voz de Deus ou a dos irmãos, pedindo ajuda ou apoio, ou pedindo nosso trabalho e até a nossa própria vida.

     Outro problema que temos é confundir “amar” com “gostar”. Jesus não pediu que “gostássemos”, mas que “amássemos”. Amar até os inimigos, ou seja, não deixar faltar-lhes nada de que necessitem, não desejar-lhes ou fazer-lhes nenhum mal.

     Diz S. Paulo em Romanos 12,20: “Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dálhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça.”. Essas “brasas” são sentimentos de remorso. Se tratarmos bem os nossos inimigos, eles podem, talvez, converter-se, mudar de opinião e aí os “ganharemos” para Jesus.

     O ódio, a violência, não leva a nada. Com a paciência, tudo conseguimos.; com a violência, perdemos nossa razão e até o bem que queríamos fazer acamamos transformando em mal com a nossa ira.

     Jesus disse: “Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontraremos repouso para as vossas almas, tomai sobre vós o meu jugo, porque o meu jugo é suave e o meu peso é leve” (Mateus 11,29-30).

    Apocalipse 3,16: “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir minha voz e abrir-me a porta, cearemos juntos”. Abrir a porta do coração para Jesus é acolher sua palavra, a ele próprio e ao próximo, como Ele sempre nos acolhe. Acolhê-lo significa, por outro lado, estarmos disponíveis para a conversão, para a Cruz, para o sofrimento da separação que temos que fazer de nós mesmos, dos pecados, do nosso egoismo, comodismo, individualismo.

     “Quem quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si sua cruz e siga-me” (Mt 16,24); “Quem naõ toma a sua cruz e não segue após mim, não é digno de mim” (Mt 10,38).

JESUS FOI POBRE E HUMILDE



    Apesar de ser dono de tudo o que existe, Jesus quis nascer pobre, viveu com os pobres, se alimentava na companhia deles, apesar disso ser proibido pela religião oficial da época. Ele diz em Lucas 9,58: “ O Filho do Homem (ele, Jesus) não tem onde reclinar a cabeça”.

    Em Lucas 14,33, Ele nos convida a renunciarmos a tudo o que possuímos para sermos seus discípulos: “Qualquer um de vós, que não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo”. Ele nunca nos convidaria a viver na miséria, mas nos convida a viver uma vida simples, sem tantas falsas necessidades. Algumas pessoas são chamadas a uma pobreza radical; outras, nem tanto.

    Em Lucas 6,24-25, Ele diz: “Ai de vós, ricos, porque tendes a vossa consolação! Ai de vós que estais agora saciados! Porque tereis fome!”. Ao jovem rico, Jesus exigiu tudo: “Vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres, e terás um tesouro nos céus; depois vem e segue-me”. 

    Entretanto, em Lucas 19,8-9 ele falou a Zaqueu que a salvação tinha entrado naquela casa quando  o homem prometeu que ia dar metade do que tinha aos pobres e devolver quatro vezes mais o que tinha roubado; ou seja, não ia dar tudo o que possuia.

    Quem tem muito dinheiro, confia só nele; quem é pobre, está livre para confiar plenamente em Deus, seu único apoio. No sermão da montanha, Jesus falou, logo no ínicio do capítulo 5, que são felizes os pobres em espírito. Isso quer dizer que, mesmo que tenhamos capacidade e oportunidade de sermos ricos, devemos viver de modo modesto. 

    Em Mateus 6,19-20 Jesus nos diz: “Não acumuleis tesouros para vós aqui na terra, onde a ferrugem e a traça os consomem e onde os ladrões os roubam. Mas acumulai tesouros para vós no céu”. Em Mateus 6, 24: “Não podeis servir a Deus e às riquezas!”.

    S. Paulo nos fala em Timóteo 6,7-10: “A raiz de todos os males é o dinheiro”. É preciso aprendermos a viver de modo simples, com o suficiente para uma vida confortável e digna, partilhando com os pobres e necessitados o que economizarmos. Deus sustenta até os passarinhos, como vemos em Mateus 6,26. Ele nos ajudará, e nada nos faltará, se confiarmos nele. (Ver Mateus 6,30-34).

    Todos sabemos, pelos jornais e pela televisão o quanto as pessoas ricas têm problemas, cometem  suicídio, morrem de overdose e coisas desse tipo. Se o dinheiro trouxesse felicidade, eles seriam felizes; a vida que levam, entretanto, mostram que são muito infelizes. Só Deus pode nos fazer felizes. Só o bem pode nos dar a paz.

    Jesus foi muito humilde. Diz Mateus 11,29-30: “Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis repouso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu peso é leve”. 

    Ser humilde, entretanto, não é ser tímido! Jesus morreu porque enfrentou as autoridades religiosas do tempo, que escravizavam o povo. Ser humilde é reconhecer os próprios limites e aceitá-los, reconhecendo os próprios pecados, desvios, maldade, pedir perdão disso tudo a Deus, confiando a Ele a própria vida, nunca desprezando a ninguém. Isso pode ser refletido em Tiago 2,1-7; Marcos 2,15-17; Marcos 6, 37-44. 

    Ser humilde é não querer fazer tudo sozinho, mas sempre procurar buscar a ajuda de Deus e das pessoas capacitadas para aquela ação. Diz o Apóstolo São Paulo em 2ª Coríntios 12,10: “Quando eu sou fraco, então é que sou forte”, porque terei a ajuda divina. 

    O salmo 40, 17 nos diz: ”Sou pobre e indigente, mas Deus cuida de mim!” Entretanto, o orgulhoso, o autossuficiente, é abandonado às suas próprias forças e, como diz Sabedoria 1, 1-5, Deus não se revelará a ele. 

    Santa Teresa de Jesus diz uma coisa belíssima quanto à humildade e à confiança em Deus: “Nada te perturbe, nada te espante. Tudo passa. Deus nunca muda. A paciência tudo alcança. A quem a Deus tem, nada lhe falta. Só Deus basta!”. 

    Foi essa humildade e confiança que permitiu a Maria conceber e dar à luz o Filho de Deus, como nos conta Lucas 1,46-54. O humilde está sempre com Deus e é fortalecido por Ele.
    Outro trecho é João 21,15-17, em que Jesus pede que Pedro apascente suas ovelhas e seus cordeiros, pois ele iria ser chefe da Igreja. O trecho mais importante, porém, é de Lucas 22,32: “Pedro, eu, porém, orei por ti, para que tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, fortalece (confirma) os teus irmãos!” Essas palavras mostram a primazia de Pedro sobre os outros apóstolos. O papa é o sucessor de São Pedro.