Páginas

“Pouco valor terá a catequese, mesmo substanciosa e segura, se não for transmitida com eficiência de expressão e apoio daqueles subsídios didáticos que hoje se apresentam sempre mais ricos e sugestivos”.
(João Paulo II)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Mistagogia

A Diferença entre Querigma e Catequese
Evangelização como um todo é rica e tem três aspectos:
1. Profética: Palavra proclamada. O Anúncio verbal da Boa Nova. Todo anúncio através da Palavra que faz a Igreja, entra na área de evangelização profética. Toda a Palavra proclamada, toda palestra que damos com o objetivo de que conheçam e aceitem Jesus é EVANGELIZAÇÃO PROFÉTICA.
2. Sacerdotal: Palavra celebrada. A forma mais bela que encontramos na evangelização sacerdotal está na Liturgia Eucarística, onde está presente dois tipos de evangelização: profética e sacerdotal
Ela é profética na liturgia da Palavra, é a primeira parte da celebração eucarística. proclama-se a Palavra através do Evangelho, as cartas Paulinas, leituras do A.T.
A segunda parte da Eucaristia, forma a liturgia celebrada, a liturgia da Palavra celebrada, vivida. Celebra-se a Palavra e realiza-se um memorial da Palavra. O memorial mais bonito por excelência que temos na Eucaristia, onde se apresenta e se faz presente Jesus, vivo no Sacramento da Eucaristia.
3. Régia: Palavra vivida. É a Palavra que se faz vida. É a palavra que eu vivo, é instaurar o Reino de Deus. Viver a Palavra de Deus, é instaurar o Reino, onde a Palavra de Deus transforma minha vida, minha sociedade, meu mundo econômico, político, social, financeiro, cultural, educacional etc. Na evangelização a Palavra é vivida, é a instauração do Reino em nós.
1. Evangelização Profética:
- Querigma
- Catequese
Este dois aspectos são interdependentes mas são diferentes. Ambas as formas constituem a evangelização profética. Não podemos ficar somente com a evangelização querigmática, nem dividir e só ficar com a catequese.
Não podemos dividí-las, nem separá-las, uma pressupõe a outra, não podemos dar uma só coisa.
A proclamação querigmática nos leva à catequese como conseqüência, e esta não pode ser dada em antes assentar a base da proclamação querigmática primeiramente.
A proclamação querigmática é o primeiro anúncio de Jesus, é a primeira mensagem; a Boa Nova de Jesus. O querigma é o forte badalo do sino e, o ressoar que vem depois é a catequese.
A catequese é o ensino progressivo da fé. Deverá ser um ensino constante, seguindo uma seqüência progressiva.
Querigma - primeiro anúncio da Boa Nova
Catequese - ensino sistemático da fé.
- Pelo querigma eu levo o evangelizado a nascer para a fé (Nicodemos)
- Pela catequese eu levo o evangelizado a crescer na fé.
2. Conteúdo do Querigma
As oito metas do Querigma:
1° Experiência do amor de Deus:
O Evangelizador deverá ter uma experiência do amor de Deus. Mais do que falar sobre a manifestação do amor de Deus ao povo de Israel ou ao homem através de Jesus, tenho que levá-lo a ter uma experiência do amor de Deus.
Nós, os pregadores corremos um perigo - gostamos muito de falar e esse é um dos defeitos maiores do pregador.
Geralmente o pregador gosta muito de falar do amor de Deus, isto é muito bom porque através da palavra, da palestra, da comunicação, estamos apresentando Jesus vivo que experimentei e experimento, mas se eu, como pregador, não levo você que está me escutando a ter sua própria experiência do amor de Deus, não estarei cumprindo minha meta e não estará completa a proclamação querigmática. Mais que falar do amor de Deus é levar o evangelizado a ter uma experiência, que se sinta amado e que o viva e o experimente.
2° Consciência do pecado perante Deus
É muito importante que o evangelizado reconheça-se pecador. Se a pessoa não se sente enferma, se não sente nenhuma dor, se está muito bem, para que lhe serve um médico?
A pessoa necessita conscientizar-se que está enferma e que precisa de ajuda.
Muito mais importante é levar o evangelizado a sentir a necessidade de Deus do que lhe falar do pecado, que ele se conheça pecador, reconheça-se necessitado.
3° Encontro pessoal com Jesus
Muito mais que falar de Jesus, mais que explicar como foi e em que consistiu a morte de Jesus, mais que comprovar que Jesus ressuscitou, mais do que oferecer provas de que Jesus está vivo, mais do que explicar teologicamente nossa salvação por Jesus e em Jesus, o evangelizador deve levar o evangelizado a ter um encontro pessoal com Jesus.
Assim aconteceu com Tomé. Os Apóstolos falaram que Jesus esteve com eles, que havia ressuscitado, mas Tomé não acreditou. E tudo que eles disseram não convenceu a Tomé de que Jesus esteve com eles, mas quando Tomé encontrou-se com Jesus e pode tocá-Lo, apalpá-Lo, quando ele experimentou, ele se convenceu
4° Ato de fé
Levar o evangelizado a dar um passo de fé, um ato de que crê em Jesus, um ato que o leve a depender, de buscar, de confiar somente em Deus.
Levá-lo a um momento de conversão, a um desejo profundo de mudança, a um desejo de trocar sua vida pela vida de Jesus.
5° Aceitar Jesus
"Eis que eu estou à porta e bato. Se alguém escuta minha voz e me abre eu entrarei e cearei com ele" (Ap 3, 20).
A porta do nosso coração não tem fechadura por fora, o nosso coração abre-se por dentro. Uma das metas então, é levar o evangelizado a proclamar não somente com a boca, mas com o coração.
6° Pedir e receber o Espírito Santo
Pedir uma unção do Espírito Santo no momento em que está evangelizando, lembrar que esse é o momento em que Deus sela com o Espírito Santo, manifestando seu amor, comprovando com a presença do Espírito Santo.
7° Integra-se à comunidade cristã
Se ao evangelizá-lo não o levo à comunidade, todo o meu esforço, todo o meu trabalho foi inútil porque estou anunciando a vida nova e a vida nova tem que conseguir em plenitude; essa plenitude é a comunidade que pode ajudar a permanecer, a seguir amando a Jesus, a seguir deixando seduzir através de sua palavra, dos sacramentos, através de sua Igreja e através dos irmãos.
8° Transformação de vida
É necessário que o evangelizado compreenda que a sua vida deve tomar outro rumo, deve ajustar-se a vida de Jesus. Ele deve ser estimulado, motivado a empreender um caminho de retorno.
O conteúdo dos Apóstolos após receberem o Espírito Santo está em:
Atos 2, 14-36; Atos 3; Atos 10; Atos 13.
No querigma nós pregamos a pessoa de Jesus:
- Concreta
- Pessoal
- Que nós conhecemos
3. O efeito do querigma no evangelizado:
-Lc 24, 13 - Os discípulos de Emaús caminharam muito tempo sem compreender as conseqüências do sacrifício de Jesus para suas vidas. Porém, quando Jesus se apresentou a eles, vivo, ressuscitado, seus corações arderam de felicidade, e eles desejaram estar com Jesus para sempre. E toda a sua vida e acontecimentos foram iluminados pela Ressurreição. Tudo tomou nova luz. E eles então não se contiveram tornaram-se anunciadores de Jesus.
a. Abrem-se os olhos
b. Arde-se o coração
c. Corre-se para anunciar aos outros

Mistagogia Cristã

 
a) Mistagogia cristã é:uma educação da fé que predisponha os fiéis cristãos a viverem pessoalmente o que se celebra.
b) uma evangelização que leve os fiéis cristãos a penetrarem cada vez mais nos mistérios que são celebrados.
Definições:
Mistagogia = iniciação nos mistérios de uma religião.
Mistagogia cristã = iniciação cristã = introdução no mistério de Cristo.
Evangelização mistagógica = ato ou efeito de evangelizar o discípulo cristão.
 
Mistagogia cristã


Fruto maduro da mistagogia = é a consciência de que a própria vida vai sendo progressivamente transformada pelos sagrados mistérios celebrados.

Cristo é o centro da evangelização mistagógica.

Evangelizar = é sangue de Cristo que corre em nossas veias (Cf. Mt 28, 16-20).
Mt 28, 16-20 – Jesus é o Senhor da história – Os onze discípulos foram para a Galiléia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus, ajoelharam-se diante dele. Ainda assim, alguns duvidaram. então Jesus se aproximou e falou: "Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra. Portanto vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os e consagrando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinado-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo".

Na evangelização mistagógica é Cristo verbo encarnado e Filho de Deus que é ensinado – todo o resto está em relação com ele; e somente Cristo ensina: todo outro que ensine fá-lo na medida em que é seu porta voz. Permitindo Cristo ensinar por sua boca:
Minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” (cf. Jo 7,16).

A evangelização litúrgica tem em vista introduzir nos Mistério de Cristo – ela é mistagogia procedendo do visível para o invisível, do significante para o significado, dos “sacramentos” para “os mistérios”.


Para a reflexão abaixo "BebiNaFonte" conforme
Sacramentum Caritatis nº 64 de Bento XVI


A grande tradição litúrgica da Igreja ensina-nos que é necessário, para uma frutuosa participação:
`        esforçar-se por corresponder pessoalmente ao mistério que é celebrado,
`        através do oferecimento a Deus da própria vida em união com o sacrifício de Cristo
`        pela salvação do mundo inteiro.

Vista a importância essencial desta participação pessoal e consciente, quais poderiam ser os instrumentos de formação mais adequados?
`        É preciso promover uma educação da fé que predisponha os fiéis discípulos cristãos a viverem pessoalmente o que se celebra.
`        Para isso, a estrada duma catequese de caráter mistagógico, que leve os fiéis discípulos cristãos a penetrarem cada vez mais nos mistérios que são celebrados.

Na tradição mais antiga da Igreja, o caminho formativo do cristão — embora sem descurar a inteligência sistemática dos conteúdos da fé — assumia sempre um caráter de experiência, em que era determinante o encontro vivo e persuasivo com Cristo anunciado por autênticas testemunhas.

Quem introduz nos mistérios é primariamente a testemunha; depois, este encontro aprofunda-se, sem dúvida, na "iniciação cristã de carater mistagogico" e encontra a sua fonte e ápice na celebração da Eucaristia.
`        Desta estrutura fundamental da experiência cristã parte a exigência de um itinerário mistagógico, no qual se hão-de ter sempre presente três elementos:

a) Trata-se, primeiramente, da interpretação dos ritos à luz dos acontecimentos salvíficos, em conformidade com a tradição viva da Igreja; de fato, a celebração da Eucaristia, na sua riqueza infinita, possui contínuas referências à história da salvação.
`        Em Cristo crucificado e ressuscitado, podemos celebrar verdadeiramente o centro recapitulador de toda a realidade (Ef 1,10); desde o seu início, a comunidade cristã leu os acontecimentos da vida de Jesus, e particularmente o mistério pascal, em relação com todo o percurso do Antigo Testamento.

b) A evangelização mistagógica há-de preocupar-se por introduzir no sentido dos sinais contidos nos ritos; esta tarefa é particularmente urgente numa época acentuadamente tecnológica como a atual, que corre o risco de perder a capacidade de perceber os sinais e os símbolos.
`        Mais do que informar, a evangelização mistagógica deverá despertar e educar a sensibilidade dos fiéis para a linguagem dos sinais e dos gestos que, unidos à palavra, constituem o rito.

c) A evangelização mistagógica deve preocupar-se por mostrar o significado dos ritos para a vida cristã em todas as suas dimensões:
`        trabalho e compromisso, 
`        pensamentos e afetos, 
`        atividade e repouso.

Faz parte do itinerário mistagógico pôr em evidência a ligação dos mistérios celebrados no rito com a responsabilidade missionária dos fiéis discípulos cristãos;
`        neste sentido, o fruto maduro da mistagogia é a consciência de que a própria vida vai sendo progressivamente transformada pelos sagrados mistérios celebrados. 
`        Aliás, a finalidade de toda a educação cristã é formar o fiel discípulo cristão enquanto « homem novo » para uma fé adulta, que o torne capaz de testemunhar no próprio ambiente a esperança cristã que o anima.

Condição necessária para se realizar, no âmbito da comunidade cristã, esta tarefa educativa é dispor de formadores adequadamente preparados;
`        mas todo o povo de Deus deve, sem dúvida, sentir-se comprometido nesta formação. 
`        Cada comunidade cristã é chamada a ser lugar de introdução pedagógica aos mistérios que se celebram na fé; 
`        O Espírito Santo não poupa a efusão dos seus dons para sustentar a missão apostólica da Igreja, a quem compete difundir a fé e educá-la até à sua maturidade.

(cf. Sacramentum caritatis, 64).
  

Mistagogicamente




Mistagogia Batismal O Batismo é a primeira iniciação de todo o Cristão. Consagração Batismal 
Mistagogia da Palavra O Filho eterno é a Palavra que desde sempre existe em Deus, porque ela mesma é Deus. A Palavra de Deus é viva. 
Evangelização mistagógica A evangelização mistagógica de "Jesus Cristo Paixão" reflete sobre o indispensável – porém na medida mínima – que todo discípulo cristão carece saber sobre os principais mistérios da nossa fé: encarnação – vida - paixão redentora - gloriosa ressurreição de Cristo. Sobre a memória de Cristo, como Cristo ressaltou. Fazei isto em memória de mim.  Jesus Cristo Paixão = JesuXpiPassio 
Mistagogia Eucarística A Eucaristia é a segunda grande inciação do discípulo cristão católico. Eucaristia fonte e ápice da vida e da missão da comunidade Igreja. 
Evangelização mistagogica A Igreja de Jesus Cristo é um projeto nascido do coração do Pai. O que é a Igreja?

domingo, 5 de fevereiro de 2012

INICIAÇÃO CRISTÃ

MÓDULO III - Introdução ao RICA

TEXTO 2 

Introdução ao Rito da iniciação Cristã de Adultos

 
(Resumo dos nn. 1 a 40 da Introdução ao RICA - Ritual da Iniciação Cristã de Adultos)

1.       Este Rito de iniciação cristã é destinado a adultos que, iluminados pelo Espírito Santo, ouviram o anúncio do mistério de Cristo e, conscientes e livres, procuram o Deus vivo e encetam o caminho da fé e da conversão.  Por meio dele, serão fortalecidos espiritualmente e preparados para uma frutuosa recepção dos sacramentos no templo oportuno.


2.   O Rito inclui, além da celebração dos sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia, todos os ritos do catecumenato.  (...) é aplicado hoje nas missões em todas as regiões e de tal modo solicitado, que o Concílio Vaticano II decretou fosse restaurado e revisto, assim como adaptado às tradições locais.

3.       (...) O Rito de iniciação apresenta em primeiro lugar uma forma completa ou comum, própria para a preparação de muitos (cf.nn.68-239), que os pastores adaptarão quando se tratar de uma só pessoa.  Para os casos especiais, apresenta-se, em seguida, uma forma simples, que se pode realizar de uma só vez (cf.nn.240-273) ou em várias celebrações (cf.nn.274-277), e outra breve, para os que se encontram em perigo de morte (cf.nn.278-294).

I – ESTRUTURA DA INICIAÇÃO DOS ADULTOS
4.   A iniciação dos catecúmenos processa-se gradativamente no seio da comunidade dos fiéis que, refletindo com os catecúmenos sobre a excelência do mistério pascal e renovando sua própria conversão, os induzem pelo seu exemplo a obedecer com maior generosidade aos apelos do Espírito Santo.

5.   O Rito de iniciação se adapta ao itinerário espiritual dos adultos que varia segundo a multiforme graça de Deus, a livre cooperação dos mesmos, a ação da Igreja e as circunstâncias de tempo e lugar.

6.   Nesse itinerário, (...) há “etapas” ou passos, pelos quais o catecúmeno, ao caminhar, como que atravessa uma porta ou sobe um degrau.
a)      Verifica-se a primeira etapa quando, aproximando-se de uma conversão inicial, quer tornar-se cristão e é recebido como catecúmeno pela Igreja.
b)      A segunda, quando, já introduzido na fé e estando a terminar o catecumenato, é admitido a uma preparação mais intensiva para os sacramentos.
c)       A terceira quando, concluída a preparação espiritual, recebe os sacramentos de iniciação cristã.
*    Essas etapas devem ser considerados momentos fortes ou mais densos da iniciação.  Essas etapas são marcadas por três ritos Pitúrgicos: pelo rito de instituição dos catecúmenos: pela eleição: pela celebração dos sacramentos.

7.   As etapas conduzem aos “tempos” de informação e amadurecimento ou são por eles preparadas;
a)      O primeiro tempo – é consagrado à evangelização e ao “pré-catecumenato”, encerrando-se com o ingresso na ordem dos catecúmenos.
b)      O segundo tempo – é dedicado à catequese e aos ritos anexos, terminando no dia da eleição.
c)       O terceiro tempo – é assinalado pela purificação e pela iluminação.  Coincide com a preparação quaresmal para as solenidades pascais e os sacramentos.
d)      O último tempo, que dura todo o período pascal, é consagrado à “mistagogia”, isto é, à aquisição de experiências e de resultados positivos, assim como ao aprofundamento das relações com a comunidade dos fiéis.

São, portanto, quatro os tempos sucessivos: o de “pré-catecumenato” caracterizado pela primeira evangelização; o do “catecumenato”, destinado à catequese completa;  o da “purificação e iluminação”, destinado a mais intensa preparação espiritual;  e o da “mistagogia”, assinalado pela nova experiência dos sacramentos e da comunidade.

8.   Como a iniciação cristã é a primeira participação sacramental na morte e ressurreição de Cristo, e o tempo da purificação e iluminação ocorre habitualmente na Quaresma e a “mistagogia”, no tempo pascal, toda a iniciação deve ter caráter pascal.  Por esse motivo, tenha a Quaresma absoluta primazia para a mais intensa preparação dos eleitos e seja a Vigília Pascal considerada como o tempo próprio para a iniciação nos sacramentos.
A – A EVANGELIZAÇÃO E O “PRÉ-CATECUMENATO”
9.   (...) o “pré-catecumenato” é o tempo da evangelização em que, com firmeza e confiança, se anuncia o Deus vivo e Jesus Cristo, enviado por ele para a salvação de todos, a fim de que os não-cristãos, cujo coração é aberto pelo /espírito Santo, creiam e se convertam livremente ao Senhor, (...)

10.  Da evangelização realizada com o auxílio de Deus brotam a fé e a conversão inicial, (...)  A essa evangelização é dedicado todo o tempo do pré-catecumenato, para que se amadureça a vontade sincera de seguir o Cristo e pedir o Batismo.

11.  Faça-se, pois, durante este tempo, por meio dos catequistas, diáconos e sacerdotes ou mesmo leigos, uma conveniente explanação do Evangelho aos candidatos. (...)  Cooperando com a graça divina, se integrem mais facilmente nas famílias e grupos cristãos.

12.  Cabe às Conferências dos Bispos, (...), estabelecer, se for o caso e de acordo com as circunstâncias, o primeiro modo de receber os “simpatizantes”, (...)
1)      Neste acolhimento, (...) o “simpatizante” não manifesta ainda sua fé, mas somente sua reta intenção.
2)      Realiza-se esse acolhimento segundo as condições e conveniências locais. (...)
3)      Far-se-á o acolhimento em alguma reunião ou encontro local, (...)  Apresentado por um amigo, o “simpatizante” é saudado e recebido, com palavras espontâneas, pelo sacerdote ou algum membro designado pela comunidade.

13.  Durante o tempo do “pré-catecumenato”, os pastores devem promover orações especiais pelos “simpatizantes”.

B – O CATECUMENATO
     
14.  É de suma importância o rito de “instituição dos catecúmenos”, porque os candidatos reunidos publicamente pela primeira vez, manifestam suas intenções à Igreja enquanto esta, no exercício de seu múnus apostólico, acolhe os que pretendem tornar-se seus membros.

15.  Para esse primeiro passo, requer-se que os candidatos já possuam os rudimentos da vida espiritual e os fundamentos da doutrina cristã, a saber: a fé inicial adquirida no tempo do “pré-catecumenato”, (...)  já tenham, portanto, certa idéia da conversão, o costume de rezar e invocar a Deus, e alguma experiência da comunidade e do espírito dos cristãos.

16.  Cabe aos pastores, auxiliados pelos introdutores (cl.n.42), catequistas e diáconos, julgar dos sinais externos dessas disposições. (...)  considerando o valor dos sacramentos já recebidos validamente (cf. Introdução Geral, n.4), tomar precauções para impedir que uma pessoa já batizada queira receber de novo o Batismo.

17.  Depois da celebração do Rito, sejam oportunamente anotados em livro próprio os nomes dos catecúmenos, com a indicação do ministro, dos introdutores e dia e lugar da admissão.

18.  Desde então os catecúmenos, cercados pelo amor e a proteção da Mãe Igreja como pertencendo aos seus e unidos a ela, já fazem parte da família de Cristo:  são alimentados pela Igreja com a Palavra de Deus e incentivados por atos litúrgicos.  (...)  Quando se casam, se o noivo e a noiva forem catecúmenos, ou apenas um deles e a outra parte não foi batizada, será usado o rito próprio (cf. Introdução Geral, n.10,2).  Se falecerem durante o catecumenato, realizam-se exéquias cristãs.

19.  O catecumenato é um espaço de tempo em que os candidatos recebem formação exercitam-se praticamente na vida cristã.(...)
      Chega-se a esse resultado por quatro meios:
1)      A catequese, ministrada pelos sacerdotes, diáconos ou catequistas e outros leigos, (...) relacionada com o ano litúrgico e apoiada nas celebrações da Palavra, leva os catecúmenos não só ao conhecimento dos dogmas e preceitos como à íntima percepção do mistério da salvação de que desejam participar.
2)      Familiarizados com a prática da vida cristã, ajudados pelo exemplo e pelas contribuições dos introdutores e dos padrinhos e mesmo de toda a comunidade dos fiéis, acostumam-se a orar mais facilmente, dar testemunho da fé, guardar em tudo a esperança de Cristo, seguir na vida as inspirações de Deus e praticar a caridade para com o próximo, até a renúncia de si mesmos.  Assim formados, (...) passam do velho homem para o novo, que tem sua perfeição em Cristo.(...)
3)      Ajudados em sua caminhada pela Mãe Igreja, através dos Ritos Litúrgicos apropriados, (...)  Promovem-se para eles celebrações da Palavra e lhes é proporcionado o acesso à liturgia Palavra junto com os fiéis. (...)  Habitualmente, porém, quando comparecerem à reunião dos fiéis, devem ser delicadamente despedidos antes do início da Celebração Eucarística, (...)  pois precisam esperar o batismo.(...)
4)      Sendo apostólica a vida da Igreja, aprendam também os catecúmenos, pelo testemunho da vida e pela profissão da fé, a cooperar ativamente para a evangelização e edificação da Igreja.

20.  Compete ao Bispo determinar o tempo e a disciplina do catecumenato.(...)  A duração do tempo do catecumenato não só depende da graça de Deus como das diversas circunstâncias.
C – O TEMPO DA PURIFICAÇÃO E ILUMINAÇÃO
21.  O tempo da purificação e iluminação dos catecúmenos é normalmente a QUARESMA.(...)  a QUARESMA renova a comunidade dos fiéis juntamente com os catecúmenos e os dispõe para a celebração do mistério pascal, ao qual os sacramentos de iniciação associam cada um.

22.  A segunda etapa da iniciação dá início ao tempo da purificação e iluminação, consagrado a preparar mais intensamente o espírito e o coração.  Nessa etapa, a Igreja procede à “eleição” ou seleção.(...)  Denomina-se “eleição” porque a Igreja admite o catecúmeno baseada na eleição de Deus, em cujo nome ela age.  Chama-se, também “inscrição dos nomes” porque os candidatos, em penhor de sua fidelidade, inscrevem seus nomes no registro dos eleitos.

23.  Antes de celebrar a “eleição”, requerer da parte dos catecúmenos conversão de mentalidade e costumes, suficiente conhecimento da doutrina cristã, senso da fé e da caridade.
(...) Vê-se assim que a eleição, feita com tanta solenidade, é o ponto capital de todo o catecumenato.

24.  A partir do dia de sua “eleição” e admissão, os candidatos são chamados “eleitos”.(...)  Chamam-se ainda “iluminados” porque o batismo é denominado “iluminação” e através dele os neófitos são inundados pela luz da fé.(...)

25.  Nesse tempo, a intensa preparação espiritual, mais relacionada à vida interior que à catequese, procura purificar os corações e espíritos pelo exame de consciência e pela penitência, e ilumina-los por um conhecimento mais profundo de Cristo, nosso Salvador.  Serve-se para isso de vários ritos, sobretudo dos escrutínios e das entregas.
1)      Os ESCRUTÍNIOS, solenemente celebrados aos domingos,(...) os ESCRUTÍNIOS estão portanto, orientados para libertar do pecado e do demônio e confirmam no Cristo, que é  o CAMINHO, a VERDADE e a vida dos eleitos.
2)      As ENTREGAS, pelas quais a Igreja confia aos eleitos os antiqüíssimos documentos da fé e da oração, isto é, o Símbolo e a Oração do Senhor, visam à sua iluminação.(...)
No Símbolo, (...) o olhar dos catecúmenos se enche de fé e alegria.  Na Oração do Senhor, percebem melhor o novo espírito de filhos pelo qual, sobretudo na reunião eucarística, darão a Deus o nome de Pai.

26.  Em vista da preparação imediata para os sacramentos:
      1 – Exortem-se os eleitos a deixar no Sábado Santo, seus trabalhos habituais, reservar tempo para a oração e recolhimento e jejuar na medida de suas forças.
      2 – No mesmo dia, se houver alguma reunião dos eleitos, podem ser realizados certos ritos de preparação imediata, como: a recitação do Símbolo, o “Éfeta”, a escolha do nome cristão e, se for o caso, a unção com o óleo dos catecúmenos.
D – A INICIAÇÃO NOS SACRAMENTOS
27.  Os sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia constituem a última etapa.  Os eleitos, tendo recebido o perdão dos pecados, são incorporados ao povo de Deus, tornam-se seus filhos adotivos, são introduzidos pelo Espírito Santo na prometida plenitude dos tempos e ainda, pelo sacrifício e refeição eucarística, antegozam do Reino de Deus.

a)      Celebração do Batismo de Adultos

28.  A celebração do Batismo,(...) é preparada pela bênção da água e profissão de fé, intimamente ligada ao rito da água.

29.  (...), por essa bênção, na qual se lembra o mistério pascal e a escolha da água para operá-lo sacramentalmente, e a Santíssima Trindade já é invocada pela primeira vez, a criatura água recebe um sentido religioso, e o mistério de Deus, já iniciado, é publicamente proclamado.

30.  Pelos ritos da renúncia e da profissão de fé, esse mistério pascal,(...) é proclamado pela fé ativa dos batizados.(...)  A fé, cujo sacramento recebem, não é apenas própria da Igreja, mas também deles, em quem se espera que ela seja operante.(...)

31.  Depois de terem professado com viva fé o mistério pascal de Cristo, os batizandos aproximam-se e recebem esse mistério expresso pela ablução da água:  tendo confessado a Santíssima Trindade, é a própria Trindade, invocada pelo celebrante, que opera, incluindo seus eleitos entre os filhos da adoção e agregando-os a seu povo.

32.  Por esse motivo a ablução, significando a mística participação na morte e ressurreição de Cristo, pela qual os que crêem em seu nome morrem para o pecado e ressurgem para a vida eterna, deve conservar toda a sua importância na celebração do Batismo.(...  Se compreenda melhor que essa ablução não é um simples rito de purificação, mas o sacramento da união com Cristo.

33.  A unção da crisma depois do Batismo significa o sacerdócio  real dos batizados e sua integração no povo de Deus.
-          A veste branca é o símbolo de sua dignidade.
-          A vela acesa mostra sua vocação de viver como convém aos filhos da luz.

b) Celebração da Confirmação de Adultos

34.  Conforme antiqüíssimo uso da Liturgia Romana, o adulto não é batizado sem receber a Confirmação imediatamente depois do Batismo,(...)  esta conexão exprime a unidade do mistério pascal, a relação entre a missão do Filho e a efusão do Espírito Santo e o anexo entre os sacramentos, pelos quais ambas as Pessoas Divinas vêm com o Pai àquele que foi batizado.

35.  Depois dos ritos complementares, omite-se a unção depois do Batismo (n.224) e confere-se a CONFIRMAÇÃO.
     
c) A primeira participação eucarística dos neófitos.

36.  Celebra-se por fim a Eucaristia.  Nesse dia os neófitos, de pleno direito, dela participam pela primeira vez, consumando a sua iniciação.(...)  Com toda a comunidade tornam-se participantes da ação sacrifical e recitam a Oração do Senhor, manifestando o espírito de adoção de Filhos recebido no Batismo.  Comungando do Corpo que nos foi dado e do Sangue derramado por nós, confirmam os dons recebidos e antegozam dos eternos.

E – O TEMPO DA “MISTAGOGIA”

37.  Terminada esta última etapa, a comunidade unida aos neófitos, quer pela meditação do Evangelho e pela participação da Eucaristia, quer pela prática da caridade, vai progredindo no conhecimento mais profundo do mistério pascal e na vivência cada vez maior,(...), Istoé, o tempo da “mistagogia” dos neófitos.

38.  (...)  Os neófitos foram renovados espiritualmente, saborearam mais intimamente a boa palavra de Deus, entraram em comunhão com o Espírito Santo e experimentaram quão suave é o Senhor.

39.  A recente participação nos sacramentos, (...)  reflete na experiência comunitária, tornando mais fácil e proveitoso para os neófitos o relacionamento com os outros fiéis.(...)

40.  Como a índole e a eficácia próprias desse tempo provem dessa experiência nova e pessoal dos sacramentos e da comunidade, o lugar primordial da “mistagogia” são chamadas “missas pelos neófitos” ou as missas dos domingos de Páscoa.(...)  Toda a comunidade local, com os neófitos e seus padrinhos, deve pois, ser convidada para essas missas. (Com leituras apropriadas, sobretudo no ano “A” do Lecionário).

MÓDULO III - Ritual de Iniciação Cristã de Adultos - RICA

Texto 01
Ritual da iniciação cristã de Adultos -RICA

Pe. Luiz Alves de Lima

O Rito da iniciação cristã de Adultos (RICA), foi publicado em 1971, a pedido do Vaticano II, é um livro litúrgico e seu objetivo é dar orientações para restabelecer o catecumenato batismal.

A primeira edição em português pelas Paulinas, é de 1973. Em 2001 foi preparada pela CNBB, e publicada pela Paulus, uma nova edição do mesmo texto com disposição e diagramação mais lógica e clara, com o título Ritual da iniciação cristã de Adultos.
 
Descreve justamente os ritos do catecumenato, mas não os conteúdos catequéticos propriamente ditos. O importante é perceber como no catecumenato a formação acontece inseparavelmente unida à prática da vida cristã (cf. Introdução 19). A formação consiste na instrução doutrinal unida intimamente com a experiência litúrgica onde o mistério de Jesus Cristo se faz mais presente.

O RICA lembra que não basta as pessoas conhecerem os dogmas e preceitos: é preciso vivenciar o mistério da salvação do qual desejam participar plenamente, o que é facilitado pela vinculação dos conteúdos com o ano litúrgico e com uma maior valorização das celebrações da palavra. Parece até que o RICA dá mais importância a tais celebrações do que aos encontros catequéticos propriamente ditos. Conforme o n.º 106, as celebrações ajudam a assimilar os conteúdos da catequese, ensinam prazerosamente as formas e os caminhos da oração, aproximam dos símbolos, ações e tempos do mistério litúrgico e introduzem, gradativamente, no culto de toda a comunidade. Ou seja: no processo catecumenal, a catequese (entendida como o momento da instrução) está intimamente articulada com a liturgia.

Outro elemento importante no catecumenato é o “itinerário espiritual” realizado por etapas e através do acompanhamento pessoal de alguns membros da comunidade, sobretudo os “introdutores”. São estes (sobretudo os catequistas) que acompanham os catecúmenos, que dão testemunho perante a comunidade sobre o amadurecimento e crescimento do catecúmeno. Este acompanhamento deve ser feito na vida concreta das pessoas e também através dos ritos catecumenais e celebrações da palavra, pois através deles Deus age gradativamente, purificando e protegendo os catecúmenos. Assim, os catequistas não são apenas instrutores (ministério da palavra, ensino, magistério), mas também são ministros da oração e da celebração da palavra de Deus (mais que pedagogos são mistagogos!). Portanto, a figura do catequista de iniciação hoje muda muito com relação ao tipo tradicional do “catequista professor” que apenas ensina. Ele deve ser um entendido também em ritos e celebrações: deve ser um liturgo e saber usar o RICA!

Conforme o Pe. Domingos Ormonde, especialista em catecumenato, em seu artigo “Vale a pena os catequistas conhecerem o catecumenato”, no qual também me inspirei:
 “encontramos no RICA quase tudo que diz respeito ao catecumenato, a saber: a teologia da iniciação cristã, o processo do catecumenato composto por diferentes tempos de informação e amadurecimento, de preferência culminando no ciclo pascal do ano; o sentido de cada tempo com seus objetivos, meios, duração, ritos e símbolos; as celebrações que marcam a passagem de um tempo para outro (chamadas “etapas”) e suas exigências; o roteiro e os conteúdos dos ritos principais; e finalmente a própria celebração unitária dos sacramentos de iniciação, preferencialmente na noite pascal” (cf. Ib., in Segunda Semana Brasileira de Catequese - Estudos da CNBB 84, Paulus 2002, pp.250-251).

As partes mais importantes do RICA para a catequese, são as seguintes:
-    Duas introduções (“A iniciação cristã: observações preliminares gerais”, pp. 9-16; “Introdução ao rito da iniciação cristã de adultos”, pp. 17-34), 
-    O capítulo primeiro (“Ritos do catecumenato em torno de suas etapas”, pp. 95-104),
-    O capítulo 4 (“preparação para a confirmação e a eucaristia de adultos que, batizados na infância, não receberam a devida catequese”, pp. 131-132). Há um apêndice com o “rito de admissão na plena comunhão da Igreja Católica das pessoas já batizadas validamente” (pp. 283-285). 
-    Por fim se deve fazer referência ao capítulo 5 com o curioso título: “Rito de iniciação de crianças em idade de catequese” (pp. 133-174).

Por ser um livro litúrgico, não encontramos no RICA as orientações detalhadas sobre os conteúdos da catequese de cada tempo do catecumenato, nem detalhes pastorais para sua implantação e implementação (para isso, cf CNBB, Com Adultos Catequese Adulta nº 106; cf também pg 8, nº 102 acima ).

Bibliografia recomendada:

ALVES DE LIMA Luiz, Memória do catecumenato na História in CNBB, Segunda Semana Brasileira de Catequese, pp. 229-244; ID., Catequese com Adultos e Iniciação Cristão in Ibid. pp. 318-354 (com bibliografia);
 
LELO Antonio Francisco, A iniciação cristã: catecumenato, dinâmica sacramental e testemunho. São Paulo: Paulinas 2005, 237 pp. ID. A iniciação cristã no Brasil in Revista de Catequese 27(2004) nº 107, julho-setembro, pp. 5-18; ID., A aplicação do RICA no Brasil in Revista de Catequese 27(2004) nº 108, out.-dezembro, pp. 5-20.
 
OLIVEIRA, Ralfy Mendes de, O catecumenato batismal: reflexão à luz do novo Rito da Iniciação Cristã dos Adultos in Revista de Catequese 1 (1978) no. 3, pp 29-49;
 
ORMONDE, Domingos, Vale a pena os catequistas conhecerem o catecumenato in CNBB, Segunda Semana Brasileira de Catequese - Estudos da CNBB 84, Paulus 2002, pp.250-251;

terço origem

1. ORIGEM DO TERÇO
A origem do terço é muito antiga. Remonta aos anacoretas orientais que usavam pedrinhas para contar suas orações vocais. Em 1328, segundo a Tenda, Nossa Senhora apareceu a São Domingos, recomendando-lhe a reza do Rosário para a salvação do mundo.
Nasceu assim a devoção do Rosário, que significa coroa de rosas oferecidas a Nossa Senhora. Os promotores e também divulgadores desta devoção foram os Dominicanos, que também criaram as Confrarias do Rosário.
O papa dominicano Pio V animou vivamente a prática da recitação do Rosário, que, em breve, se tornou a oração popular predileta da cristandade. Esta devoção tem o privilégio de ter sido recomendada por Nossa Senhora em Lourdes, na França, e em Fátima, Portugal, o que depõe em favor de sua validade em todos os tempos.
O terço pode ser rezado individual ou coletivamente. O terço é uma das mais queridas devoções a Nossa Senhora. Aparecendo em Fátima, ela pediu aos pastorzinhos: "Meus filhos, rezem o terço todos os dias".
2. OFERECIMENTO DO TERÇO
Divino Jesus, ofereço-vos este terço que vou rezar, contemplando os mistérios da nossa redenção. Pela intercessão de Maria, vossa Mãe Santíssima, a quem me dirijo, concedei-me as virtudes para bem rezá-lo, e a graça de ganhar as indulgências desta santa devoção.
1. Intenções
Oferecemos, particularmente, em desagravo dos pecados cometidos contra o Santíssimo Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria, pela paz do mundo, pela conversão dos peca-dores, pelas almas do purgatório, pelas intenções do Papa, pelo aumento e santificação do Clero, pelo nosso Vigário, pela santificação e união das famílias, pelas missões, pelos enfermos e agonizantes, por aqueles que pediram nossas orações, por todas as nossas intenções mais íntimas e urgentes e pelo Brasil.
2. Em seguida, segurando a cruzinha do terço, para atestar nossa fé em todas as verdades ensinadas por Cristo, reza-se:
Creio em Deus Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra. E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria, padec sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na comunhão dos santos, na re-missão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.
3. Homenagem à Santíssima Trindade
Terminado o Credo, presta-se homenagem à Santíssima Trindade rezando 1 Pai-nosso, 3 Ave-marias, 1 Gória ao Pai. A primeira Ave-maria em honra a Deus Pai que nos criou; a segunda, a Deus Filho que nos remiu; e a terceira, ao Espírito Santo que nos santifica.
PAI NOSSO, que estais no céu, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. E perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.
AVE, MARIA, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
GLÓRIA AO PAI, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.
4.         Em cada Mistério do terço se reza um Pai-nosso, dez Ave-marias e um Glória ao Pai e a jaculatória:
Ó meu Jesus! Perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente as que mais precisarem.
3. MISTÉRIOS DO TERÇO
1. Mistérios Gozosos ou da Alegria
(segundas e sábados)
Neste primeiro mistério contemplamos o anúncio que o arcanjo São Gabriel faz a Nossa Senhora de que ela será a mãe de Jesus.
A anunciação (cf. Lc 1,26-39).
Neste segundo mistério contemplamos Nossa Senhora, que vai visitar sua prima Santa Isabel. Permanece com ela durante três meses.
A visitação (cf. Lc 1,39-56).
Neste terceiro mistério contemplamos Jesus, que nasce na gruta de Belém. Não havia lugar para eles na hospedaria da cidade. Jesus nasce numa manjedoura na mais completa pobreza.
O nascimento de Jesus (cf. Lc 2,1-15).
Neste quarto mistério contemplamos Nossa Senhora, cumprindo a Lei de Moisés: apresenta Jesus no Templo, onde se encontrava o velho Simeão.
A apresentação de Jesus no Templo (cf. Lc 2,22-33).
Neste quinto mistério contemplamos Jesus, ainda adolescente, que permanece no Templo durante três dias em companhia dos doutores; falando, escutando e interrogando sobre as coisas de seu Pai.
O encontro do Menino Jesus no Templo entre os Doutores (cf. Lc 2,42-52).
2. Mistérios Luminosos ou da Luz
(quintas-feiras)
Neste primeiro mistério contemplamos Jesus sendo batizado por João Batista no rio Jordão. Enquanto Cristo desce à água do rio, como inocente que se faz pecado por nós, o céu se abre e a voz do Pai proclama-o Filho dileto, ao mesmo tempo em que o Espírito vem sobre ele para investi-lo na missão que o espera.
O batismo no Jordão (cf. Mt 3,13-16)
Neste segundo mistério contemplamos o início dos sinais de Caná, quando Cristo, tranformando a água em vinho, abre à fé o coração dos discípulos graças à intervenção de Maria, a primeira entre os que crêem.
A auto-revelação nas bodas de Caná (cf. Jo 2,1-12).
Neste terceiro mistério contemplamos a pregação com a qual Jesus anuncia o advento do reino de Deus e convi-da à conversão, perdoando os pecadores de quem se dirige a ele com humilde confiança, início do ministério de misericórdia que ele prosseguirá exercendo até o fim do mundo, especialmente através do sacramento da reconciliação confiado à sua Igreja.
O anúncio do reino de Deus com o convite à conversão (cf. Mc 1,14-215).
Neste quarto mistério contemplamos a transfiguração de Jesus que, segundo a tradição, se deu no monte Tabor. A glória da divindade reluz no rosto de Cristo, enquanto o Pai o credencia aos apóstolos extasiados para que o "escutem" e se disponham a viver com ele o momento doloroso da paixão, a fim de chegarem com ele à glória da ressurreição e a uma vida transfigurada pelo Espírito Santo.
A transfiguração (cf. Lc 9,28-36).
Neste quinto mistério contemplamos a instituição da Eucaristia, na qual Cristo se faz alimento com o seu corpo e o seu sangue sob os sinais do pão e do vinho, testemunhando "até o extremo" seu amor pela humanidade, por cuja salvação se oferecerá em sacrifício.
Instituição da Eucaristia (cf. Mt 26,26-29).
3. Mistérios Dolorosos ou da Dor
(terças e sextas-feiras)
Neste primeiro mistério contemplamos a oração, o sofrimento e a agonia de Jesus no Horto das Oliveiras. A agonia de Jesus no Horto (cf. Mc 14,32-43).
Neste segundo mistério contemplamos Jesus, que, amarrado a uma coluna, em casa de Pilatos, é cruelmente açoitado e injustamente flagelado.
A flagelação de Jesus (cf. Jo 18,38-40; 19,1).
Neste terceiro mistério contemplamos Jesus, sendo coroado de espinhos por seus algozes. E ridicularizado diante de todos e sofre em silêncio.
Jesus é coroado de espinhos (cf. Mt 27,27-32).
Neste quarto mistério contemplamos Jesus, que, condenado à morte, carrega em seus próprios ombros a cruz na qual será crucificado.
Jesus a caminho do Calvário (cf. Lc 23,20-32; Mc 8,34b).
A visitação (cf. Lc 1,39-56).
Neste terceiro mistério contemplamos Jesus, que nasce na gruta de Belém. Não havia lugar para eles na hospedaria da cidade. Jesus nasce numa manjedoura na mais completa pobreza.
O nascimento de Jesus (cf. Lc 2,1-15).
Neste quarto mistério contemplamos Nossa Senhora, cumprindo a Lei de Moisés: apresenta Jesus no Templo, onde se encontrava o velho Simeão.
A apresentação de Jesus no Templo (cf. Lc 2,22-33).
Neste quinto mistério contemplamos Jesus, ainda adolescente, que permanece no Templo durante três dias em companhia dos doutores; falando, escutando e interrogando sobre as coisas de seu Pai.
O encontro do Menino Jesus no Templo entre os Doutores (cf. Lc 2,42-52).
2. Mistérios Luminosos ou da Luz
(quintas-feiras)
Neste primeiro mistério contemplamos Jesus sendo batizado por João Batista no rio Jordão. Enquanto Cristo desce à água do rio, como inocente que se faz pecado por nós, o céu se abre e a voz do Pai proclama-o Filho dileto, ao mesmo tempo em que o Espírito vem sobre ele Neste quinto mistério contemplamos Jesus, sendo crucificado e morrendo na cruz por todos nós. Vive três horas da mais intensa agonia.
Jesus é crucificado (cf. Lc 23,33-47).
4. Mistérios Gloriosos ou da Glória
(quartas-feiras e domingos)
Neste primeiro mistério contemplamos Jesus, que ressuscita, vencendo a morte. Jesus ressurge glorioso do sepulcro.
A ressurreição de Jesus (cf. Mc 16,1-8).
Neste segundo mistério contemplamos a subida de Jesus ao céu com admirável glória.
A ascensão de Jesus (cf. At 1,4-11).
Neste terceiro mistério contemplamos a vinda do Espírito Santo sobre Nossa Senhora e os Apóstolos.
A descida do Espírito Santo (cf. At 2,1-13).
Neste quarto mistério contemplamos a gloriosa assunção de Nossa Senhora ao céu.
A assunção de Nossa Senhora (cf. l Cor 15,20-23.53-55).
Neste quinto mistério contemplamos Nossa Senhora, sendo coroada Rainha do céu e da terra, e intercessora por todos nós junto a seu filho Jesus.
A coroação de Nossa Senhora (cf. Ap 12,1-6). 4. AGRADECIMENTO DO TERÇO
Graças vos damos, soberana Rainha, pelos benefícios que todos os dias recebemos de vossas mãos. Dignai-vos agora e para sempre tomar-nos debaixo de vosso poderoso amparo, e para mais vos obrigar, saudamo-vos: Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve! A vós bradamos, os degredados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei! E depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria!
—        Rogai por nós, Santa Mãe de Deus!
—        Para que sejamos dignos das promessas de Cristo!
5. LADAINHA DE NOSSA SENHORA
Senhor, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai do céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.







Santa Maria,
Santa Mãe de Deus,
Santa Virgem das virgens,
Mãe de Jesus Cristo,
Mãe da divina graça,
Mãe puríssima,
Mãe castíssima,
Mãe Imaculada, Mãe intacta,
Mãe amável,
Mãe admirável,
Mãe do bom conselho,
Mãe do Criador,
Mãe do Salvador,
Mãe da Igreja,
Virgem prudentíssima,
Virgem venerável,
Virgem louvável,
Virgem poderosa,
Virgem benigna,
Virgem fiel,
Espelho de justiça,
Sede de Sabedoria,
Causa de nossa alegria,
Vaso espiritual,
Vaso honorífico,
Vaso insigne de devoção,
Rosa mística,
Torre de Davi,
Torre de marfim,
Casa de ouro,
Arca da Aliança,
Porta do céu,
Estrela da manhã,
Saúde dos enfermos,
Refúgio dos pecadores,
Consoladora dos aflitos,
Auxílio dos cristãos,
Rainha dos anjos,
Rainha dos patriarcas
Rainha dos Profetas,
Rainha dos apóstolos,
Rainha dos mártires,
Rainha dos confessores,
Rainha das virgens,
Rainha de todos os Santos,
Rainha concebida sem pecado original,
Rainha da Assunção,
Rainha do Santo Rosário,
Rainha da Paz,
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Rogai por nós
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo,
tende piedade de nós.
—        Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
—        Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
OREMOS: Derramai, ó Deus, a vossa graça em nosso coração para que, conhecendo pela anunciação do anjo a encarnação do vosso Filho, cheguemos por sua paixão e cruz à glória da ressurreição. Por Cristo, nosso Senhor. Amém